quarta-feira, 8 de julho de 2009

Computador e Sociedade

Este blog visa registrar o trabalho de pesquisa e estudo sobre competências básicas.

Orientador: Saul Mizrahi
Aluno: Victor Hugo Bilouro

O Que são competências Básicas?

Competências Básicas


Fala-se muito em competências básicas. E o que significam? As

competências básicas - seja na forma de conhecimentos, habilidades,

atitudes, interesses, traços, valor ou qualquer outro aspecto

pessoal - são aquelas características individuais essenciais para o

desempenho da atividade e que diferencia enormemente o desempenho das

pessoas.

Todo funcionário precisa possuir um conjunto de competências básicas

para desenvolver suas atividades na empresa. Quando o funcionário

possui um elevado perfil de competências ele apresenta as qualidades

requeridas para levar adiante determinadas missões. As competências

básicas podem ser observadas no cotidiano de trabalho ou em situações

de teste. Contudo, o importante é adquirir e agregar constantemente

novas competências que sejam fundamentais para o sucesso do negócio

da empresa, sob pena de investir em treinamento sem retorno para as

necessidades reais da organização.

Daí a gestão por competências: um programa sistematizado e

desenvolvido no sentido de definir perfis profissionais que

proporcionem maior produtividade e adequação ao negócio,

identificando os pontos de excelência e os pontos de carência, suprir

lacunas e agregar conhecimento e tendo por base certos critérios

objetivamente mensuráveis.

Na verdade, a gestão por competência procura substituir o tradicional

levantamento de necessidades de treinamento por uma visão das

necessidades do negócio e como as pessoas poderão aportar valor à

empresa. Isto representa uma colossal mudança na abordagem. A visão

do presente ou do passado pela visão do futuro. A correção das

carências atuais pelo destino da organização.

Mas quais são essas competências? Elas mudam com o passar do tempo e

focalizam as necessidades do negócio. As novas competências exigidas

pelas empresas nos novos ambientes de negócios são as seguintes:

1. Aprender a aprender: As pessoas deve contribuir construtivamente

em tudo e, para tanto, devem ter condições de aprender continuamente.

O importante é que aprendam a aprender. Isso significa forçosamente

desaprender coisas antigas e sem proveito para a organização para

aprender coisas novas e necessárias. Em outros termos, flexibilidade,

apreensão e inovação.

2. Comunicação e colaboração: Antes, o bom desempenho significava

executar um conjunto de tarefas repetitivas e isoladas e a

qualificação de cada pessoa era restrita a cada tarefa em particular.

Hoje, com a adoção de equipes, a eficiência do indivíduo está cada

vez mais vinculada às suas habilidades de comunicação e colaboração

com os outros. Em outros termos, o trabalho solitário e individual

cede lugar ao trabalho solidário e grupal.

3. Raciocínio criativo e resolução de problemas: No passado, a

administração paternalista assumia a responsabilidade de solucionar

problemas para aumentar a produtividade do trabalhador. Hoje, espera-

se que os funcionários descubram por si próprios como melhorar e

agilizar o seu próprio trabalho. Para tanto, eles precisam analisar

situações, pensar criativamente e solucionar problemas, fazer

perguntas e esclarecer o que não compreendem para poderem sugerir

melhorias de maneira constante e contínua.

4. Conhecimento tecnológico: No passado, conhecer tecnologia

significava saber como operar máquinas para fazer o trabalho ou lidar

com computadores para processar textos ou análises financeiras. Hoje,

a ênfase está em usar o equipamento de informação para conectar-se

com os membros da equipe ao redor do mundo. Além de realizar tarefas,

comunicar-se com pessoas em todo o mundo, compartilhando idéias e

melhorias nos processos de trabalho. O conhecimento tecnológico a

serviço da equipe e não do indivíduo isolado.


5. Conhecimento de negócios globais: Antigamente, a visão das pessoas

era restrita ao local de trabalho. Hoje predomina a necessidade de

pessoas treinadas em um conjunto de habilidades que levem em conta o

ambiente competitivo global, mutável e volátil dos negócios da

organização. A globalização está ampliando as fronteiras do

conhecimento das pessoas.

6. Desenvolvimento da liderança: O novo imperativo é a identificação

e desenvolvimento de pessoas capazes de conduzir a empresa para o

século 21. Ao invés de programas externos de educação para

executivos, as empresas estão elaborando programas personalizados de

aprendizagem que assegurem a capacitação das pessoas em termos de

espírito empreendedor e de liderança. Na verdade, as organizações bem

sucedidas são constituídas de lideranças de lideranças.

7. Autogerenciamento da carreira: Como as qualificações necessárias

evoluem e mudam incessantemente, as pessoas precisam assumir o

compromisso de assegurar que possuem as qualificações, o conhecimento

e as competências exigidas tanto na atividade atual, como nas

futuras. Muitas universidades corporativas dispõem de centros

virtuais de desenvolvimento de carreira para ajudar as pessoas a

identificar as técnicas que precisam aprender.

1 Jeanne C. Meister, Educação Corporativa: A Gestão do Capital

Intelectual Através das Universidades Corporativas, op. cit.

Autor: Idalberto Chiavenato


Estimulando as competências básicas em: (http://www.rhplus.com.br/)
http://www.rhplus.com.br/biblioteca/gestao_conhecimento_competencias/competb.doc


Iniciativa pública



Plano Nacional de Leitura

Resolução do Conselho de Ministros n.º 86/2006

O Plano Nacional de Leitura é uma iniciativa do XVII Governo Constitucional que pretende constituir uma resposta institucional à preocupação pelos níveis de literacia da população em geral e em particular dos jovens, significativamente inferiores à média europeia.

Concretiza-se num conjunto de estratégias destinadas a promover o desenvolvimento de competências nos domínios da leitura e da escrita, bem como o alargamento e aprofundamento dos hábitos de leitura, designadamente entre a população escolar.

Destacam-se, como principais acções previstas, as seguintes:

A promoção da leitura diária em jardins-de-infância e escolas de 1.º e 2.º ciclos nas salas de aula;

A promoção da leitura em contexto familiar;

A promoção de leitura em bibliotecas públicas e noutros contextos;

O recurso aos meios de comunicação social e a campanhas para sensibilização da opinião pública;

A produção de programas centrados no livro e na leitura a emitir pela rádio e pela televisão;

O apoio a blogs e chat-rooms sobre livros e leitura para crianças, jovens e adultos.

Pretende-se que o Plano Nacional de Leitura seja tecnicamente fundamentado por um conjunto de estudos que permitam operacionalizar metas a atingir, em cada fase, criar instrumentos de avaliação para verificar a respectiva consecução e avaliar a eficácia das diferentes acções lançadas no âmbito do Plano. Neste sentido, deverá promover-se a apreciação dos referidos estudos por um conselho científico de especialistas convidados para o efeito pelos membros do Governo responsáveis pelo Plano.

Para assegurar a comunicação dos programas e iniciativas e a interacção com as escolas e com todas as entidades envolvidas será construído um site, em permanente actualização, com orientações de leitura para cada idade e instrumentos metodológicos destinados a educadores, professores, pais, bibliotecários, mediadores e animadores e eventuais voluntários.

Prevê-se ainda acções de formação presenciais e online destinadas a educadores, professores, mediadores e voluntários. As escolas e jardins-de-infância deverão trabalhar com conjuntos diversificados de livros, adequados a cada nível de escolaridade.

No quadro da divulgação do Plano Nacional de Leitura junto da sociedade civil, podem ainda ser chamados a colaborar na sua execução escritores, ilustradores, criadores e outras entidades que se disponibilizem a participar em acções ou a promover iniciativas, designadamente através da indicação de uma comissão de honra do Plano Nacional de Leitura, para acompanhar, apreciar e apoiar a realização do mesmo.

Finalmente, permite-se a colaboração de parceiros, mecenas e patrocinadores, cujo contributo se considera fundamental para a criação de um ambiente social favorável ao alargamento de hábitos culturais na área do livro e da leitura.

Assim:

Ao abrigo do artigo 28.º da Lei n.º 4/2004, de 15 de Janeiro, na redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 51/2005, de 30 de Agosto, e nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve:

1 - Aprovar o Plano Nacional de Leitura, constante do anexo à presente resolução e da qual faz parte integrante.

2 - Reconhecer, nos termos do Estatuto do Mecenato, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 74/99, de 16 de Março, que os apoios concedidos em 2006 para a concretização do Plano Nacional de Leitura são considerados de superior interesse para a educação e podem usufruir dos benefícios fiscais legalmente previstos.

3 - Nomear para o cargo de comissária do Plano Nacional de Leitura a mestre Maria Isabel Girão de Melo Veiga Vilar, cujo mandato tem a duração de três anos, renováveis durante a execução do Plano, e cujo estatuto remuneratório é fixado por despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da Administração Pública e da educação.

4 - Determinar a criação de uma comissão interministerial de apoio à execução do Plano Nacional de Leitura, competindo-lhe, em especial:

a) Planificar as actividades necessárias à concretização do Plano Nacional de Leitura, elaborando o plano de acção, o relatório de execução e o respectivo orçamento e assegurando o apoio técnico e logístico, bem como a gestão das verbas afectas à sua concretização;

b) Identificar as instituições passíveis de colaborar no desenvolvimento do Plano Nacional de Leitura e celebrar protocolos visando a obtenção de parcerias, mecenato e patrocínios, bem como estabelecer os contactos com as várias entidades intervenientes no Plano, designadamente as autarquias locais, organizações profissionais e instituições ligadas à educação e cultura;

c) Assegurar a necessária articulação com os membros do Governo responsáveis pelas áreas da cultura e da comunicação social, com as direcções regionais de educação e de cultura e demais departamentos e serviços envolvidos, tendo em vista o desenvolvimento e execução do Plano.

5 - Determinar que a comissão referida no número anterior é designada por despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da educação, da cultura e da comunicação social, de entre funcionários ou agentes dos serviços a envolver na execução do Plano, que acumulam funções com as que desempenham nos respectivos lugares de origem, sem acréscimo remuneratório.

6 - Determinar que a comissão referida no n.º 4 desenvolve o seu trabalho em estreita articulação com a rede de bibliotecas escolares.

7 - Determinar que o apoio técnico e logístico à comissão referida no n.º 4 é prestado pela Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.

8 - Determinar que no processo de coordenação, execução, monitorização e avaliação do Plano Nacional de Leitura, e mediante proposta do comissário, pode ser solicitada a colaboração e o apoio logístico a outros serviços e organismos do Estado, a quem compete prestar toda a colaboração, apoio e informação que lhes for solicitada para a realização das diversas actividades previstas e a realizar.

9 - Determinar que a presente resolução produz efeitos a partir da data da sua aprovação.

Presidência do Conselho de Ministros, 1 de Junho de 2006
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

Anexo

Plano Nacional de Leitura

1 - Introdução. - Os resultados globais de estudos nacionais e internacionais realizados nas últimas duas décadas demonstram que, no que respeita ao domínio da leitura, a situação de Portugal é grave, revelando baixos níveis de literacia, significativamente inferiores à média europeia, tanto na população adulta, como entre crianças e jovens em idade escolar.

Entre os estudos mais recentes, conta-se o PISA (Programme for International Student Assessment), lançado pela OCDE em 1997 para medir a capacidade de os jovens de 15 anos usarem conhecimentos na vida real. Os resultados relativos a avaliação de níveis de leitura (literacia de leitura) revelam que Portugal se encontra numa situação muito desfavorável. Os primeiros elementos, publicados em 2000, colocaram 48% dos jovens portugueses nos patamares inferiores (1 ou 2) de uma escala de cinco níveis. E entre a primeira apresentação de resultados e a seguinte, em 2003, não se detectou evolução positiva. Também os resultados das provas de aferição, realizadas no final do 1.º ciclo, tornaram evidente que a maioria das crianças faz a transição para o 2.º ciclo sem ter adquirido competências básicas no domínio da leitura e da escrita.

Apesar do investimento da escola e do investimento das bibliotecas, que, nas últimas décadas, têm vindo a desenvolver múltiplas actividades destinadas a cultivar o interesse pelo livro e o prazer de ler, a situação mantém-se preocupante. Para a alterar, torna-se urgente compreender as razões mais profundas do problema e encontrar o rumo que permita ultrapassá-lo.

O Plano Nacional de Leitura propõe-se criar condições para que os Portugueses alcancem níveis de leitura em que se sintam plenamente aptos a lidar com a palavra escrita em qualquer circunstância da vida, possam interpretar a informação disponibilizada pela comunicação social, aceder aos conhecimentos da ciência e desfrutar as grandes obras da literatura.

2 - Objectivos do Plano Nacional de Leitura. - São objectivos do Plano Nacional de Leitura:

a) Promover a leitura, assumindo-a como factor de desenvolvimento individual e de progresso colectivo;

b) Criar um ambiente social favorável à leitura;

c) Inventariar e valorizar práticas pedagógicas e outras actividades que estimulem o prazer de ler entre crianças, jovens e adultos;

d) Criar instrumentos que permitam definir metas cada vez mais precisas para o desenvolvimento da leitura;

e) Enriquecer as competências dos actores sociais, desenvolvendo a acção de professores e de mediadores de leitura, formais e informais;

f) Consolidar e ampliar o papel da rede de bibliotecas públicas e da rede de bibliotecas escolares no desenvolvimento de hábitos de leitura;

g) Atingir resultados gradualmente mais favoráveis em estudos nacionais e internacionais de avaliação de literacia.

3 - Linhas de estratégia. - O Plano Nacional de Leitura assenta nas seguintes linhas de estratégia:

3.1 - Alargar e diversificar as acções promotoras de leitura em contexto escolar, na família e em outros contextos sociais através de:

a) Lançamento de programas de promoção da leitura para os diferentes sectores dos públicos alvo;

b) Acções de estímulo nas crianças e jovens do prazer de ler, intensificando o contacto com o livro e a leitura na escola, designadamente nas salas de aula, nas bibliotecas e na família;

c) Criação de oportunidades de leitura para as crianças, jovens e adultos que requerem meios especiais de leitura;

d) Reforço da promoção da leitura em espaços convencionais de leitura, designadamente nas bibliotecas públicas;

e) Criação de oportunidades de leitura e contacto com os livros em espaços não convencionais de leitura.

3.2 - Contribuir para criar um ambiente social favorável à leitura, mediante:

a) Disponibilização de informação, alargar o conhecimento e o debate público sobre as questões da leitura e da literacia;

b) Mobilização da comunidade literária, da comunidade científica e dos órgãos de comunicação social para a questão da leitura e para os objectivos do Plano;

c) Reforço da cooperação e da conjugação de esforços entre a escola, a família, as bibliotecas e outras organizações sociais;

d) Valorização, divulgação e apoio ao esforço de profissionais e instituições com intervenção na área da leitura;

e) Estabelecimento de parcerias e desenvolvimento de acções concertadas, mobilizando entidades públicas e privadas.

3.3 - Assegurar formação e instrumentos de apoio através de:

a) Definição de parâmetros para a formação de educadores, professores e mediadores de leitura de acordo com os princípios do Plano Nacional de Leitura;

b) Disponibilização de instrumentos, conteúdos e metodologias orientadoras da formação de professores e mediadores de leitura;

c) Disponibilização de orientação e apoio directo e online a práticas promotoras de leitura na escola, na biblioteca escolar, na família, na biblioteca pública e noutros contextos culturais;

d) Mobilização de instituições de formação para ampliar a oferta na área da leitura;

e) Coordenação e divulgação de acções de formação para mediadores de leitura organizadas por diferentes instituições.

3.4 - Inventariar e optimizar recursos e competências nos seguintes domínios:

a) Inventariar, descrever e divulgar programas, iniciativas e experiências que têm contribuído para criar hábitos de leitura;

b) Atender aos resultados da experiência nacional e às experiências de outros países na organização de novas iniciativas;

c) Proporcionar livros e outros recursos de informação às escolas;

d) Recorrer às novas tecnologias de comunicação para promover o acesso ao livro estimular a diversificação das actividades de leitura e a informação sobre livros e autores;

e) Angariar e optimizar financiamentos e co-financiamentos.

3.5 - Criar e manter um sistema de informação e avaliação que permita:

a) Inventariar e divulgar os resultados de investigação já realizada e as iniciativas bem sucedidas, tanto em Portugal como noutros países;

b) Disponibilizar informação actualizada sobre literacia e hábitos de leitura dos Portugueses;

c) Criar modelos de avaliação que permitam efectuar balanços de situação;

d) Criar instrumentos de avaliação utilizáveis em contexto escolar que permitam aos docentes dos vários níveis de escolaridade monitorizar o desenvolvimento da leitura e da escrita dos seus alunos;

e) Avaliar políticas e acções a desenvolver no âmbito do Plano Nacional de Leitura.

4 - Destinatários e áreas de intervenção. - O Plano Nacional de Leitura deve lançar medidas que abranjam os vários sectores da população desde a primeira infância até à idade adulta. No entanto, os estudos demonstram que as competências básicas ou se adquirem precocemente, nas primeiras etapas da vida, ou dão lugar a dificuldades que progressivamente se acumulam, se multiplicam e transformam em obstáculos quase intransponíveis.

Este pressuposto aconselha que, na primeira fase, se eleja como público alvo prioritário as crianças em educação pré-escolar e os primeiros seis anos do ensino básico, nos termos referidos no quadro n.º 1.

Para se atingirem as crianças e os jovens é indispensável mobilizar os principais responsáveis pela sua educação; por este motivo considera-se também como público alvo privilegiado educadores e professores, pais e encarregados de educação, bibliotecários, mediadores e animadores de leitura.

5 - Fases de execução:

5.1 - O Plano executa-se em duas fases, de cinco anos cada. A 1.ª fase inicia-se em Setembro de 2006 e engloba:

a) Programas de intervenção e de formação;

b) Apoio e divulgação de projectos promovidos por outras entidades (públicas, da sociedade civil e privadas);

c) Um plano de comunicação;

d) Estudos e avaliação do Plano Nacional de Leitura.

5.2 - A 2.ª fase inicia-se após a conclusão e divulgação dos resultados dos estudos a realizar no decurso da 1.ª fase, incluindo a avaliação dos diferentes programas, devendo haver lugar à definição de novas metas, estudos e programas.

6 - Programas. - No quadro do Plano Nacional de Leitura, são adoptados os seguintes programas:

6.1 - Programas de incentivo e promoção da leitura:

a) Em contextos escolares (nos termos descritos nos quadros nºs 2 e 3):

i) Nas salas de aulas;

ii) Nas bibliotecas escolares;

b) No contexto das bibliotecas públicas e outros espaços da comunidade;

c) Em contexto familiar/tempo livre (nos termos descritos no quadro n.º 4);

d) Em contextos não convencionais de leitura.

6.2 - Projectos experimentais de promoção da leitura;

6.3 - Apoio a iniciativas de outras instituições (públicas, privadas e da sociedade civil).

7 - Apoios/formação. - Os vários programas são apoiados mediante:

a) A disponibilização online de orientações para as actividades de leitura, designadamente:

i) Listas de obras recomendadas para leitura na sala de aula e para leitura autónoma;

ii) Orientações para leitura orientada na sala de aula, para actividades centradas nos livros e para avaliação do progresso dos alunos;

b) O financiamento gradual das escolas, com o contributo de parceiros, mecenas e patrocinadores, para que adquiram conjuntos de obras adequadas às actividades da hora de leitura dos vários anos;

c) A formação online e presencial dirigida aos educadores, professores, bibliotecário, contadores de histórias, animadores e mediadores.

8 - Plano de comunicação. - O plano de comunicação destina-se a sensibilizar a opinião pública, criar condições para um acolhimento favorável da parte dos diferentes sectores do público alvo e da comunicação social e mobilizar instituições, captar parceiros, mecenas e patrocinadores. O Plano de Comunicação prevê, desde já, os seguintes recursos:

a) O sítio do Plano Nacional de Leitura na Internet, para disponibilizar informação e orientações, criar uma rede nacional de informação sobre projectos e iniciativas de promoção da leitura e permitir monitorizar a acção dos diferentes participantes;

b) A campanha de promoção da leitura e os concursos e prémios nacionais de leitura a realizar, com o apoio de canais de televisão, de rádios, da imprensa nacional e regional e de parceiros, mecenas e patrocinadores.

9 - Estruturas de coordenação do Plano Nacional de Leitura. - São responsáveis pela coordenação do Plano Nacional de Leitura os seguintes serviços e organismos:

a) O Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares, ao qual compete a coordenação do Plano Nacional de Leitura;

b) O Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB), que desempenha funções de parceiro estratégico responsável pelos programas na área da cultura;

c) O Instituto da Comunicação Social (ICS), que desempenha funções de parceiro estratégico para as iniciativas na área da comunicação social;

d) O Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo do Ministério da Educação (GIASE), ao qual compete a coordenação geral dos estudos, incluindo a avaliação do Plano.

10 - Estudos/avaliação do Plano Nacional de Leitura. - Os estudos necessários à execução do Plano Nacional de Leitura, identificados no quadro n.º 6, são encomendados a especialistas e centros de investigação, cabendo ao conselho científico do Plano Nacional de Leitura apreciar a pertinência dos domínios de investigação identificados, bem como os parâmetros definidos pelos responsáveis de cada estudo.


Governo da República Portuguesa www.portugal.gov.pt
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Iniciativa privada

Melhor Amigo expõe seus resultados no Shopping Leblon

Projeto patrocinado pelo Shopping Leblon atende crianças da Cruzada São Sebastião.

De 22 de janeiro a 20 de fevereiro, o projeto Melhor Amigo estará expondo seus resultados no primeiro piso do Shopping Leblon. Além de dados e informações sobre o projeto realizado na Cruzada São Sebastião, o espaço contará com atividades abertas ao público como oficinas de cultura popular, origami e contação de histórias. As oficinas acontecem de 11 às 12h e 14h às 15h.

O Melhor Amigo é uma iniciativa do Shopping Leblon, que acontece na Cruzada São Sebastião. Em parceria com a Ação Comunitária do Brasil/RJ, o projeto em 2008 proporcionou a 80 crianças de 06 a 12 anos um encontro especial com a educação e a cultura.

Desde de sua primeira edição, foram mais de 140 crianças atendidas através de atividades como incentivo à leitura, artes plásticas, capoeira e competências básicas como português, matemática e conhecimentos gerais. Além disso, as famílias contam com acompanhamento e apoio familiar de psicólogo, pedagogo e assistente social.

Os resultados obtidos ao longo do projeto estarão em exposição no espaço cedido pelo Shopping Leblon até dia 20 de fevereiro. Entre os números apresentados, chamam atenção os resultados obtidos com as competências básicas. Entre os participantes do projeto, 62% dos que necessitavam de re-alfabetização e 33 % das crianças diagnosticadas como analfabetos funcionais agora dominam com eficácia a escrita, desenvolveram a habilidade da escrita e da leitura. Além disso, 78,7% das crianças obtiveram melhoria no domínio da expressão lógica-matemática.

Os resultados positivos não param por aí. Durante as atividades de capoeira, 100% dos educandos tiveram um aumento de disciplina, respeito, auto-controle e lateralidade. Além disso, 77,5% das crianças desenvolveram apreço e respeito pela tradições culturais brasileiras, 85% tiveram melhoria no desenvolvimento de espírito de equipe e 78,3% obtiveram melhoria na desenvolvimento da concentração e funções psicomotoras.| Site: www.acaocomunitaria.org.br

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Estimulando as competências básicas em: (www.revistafator.com.br)
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Iniciativa da Universidade Federal de Santa Catarina

LER É PRAZER: os projetos de incentivo à leitura da Biblioteca Comunitária da UFSCar

Lígia Maria Silva e Souza

scultura@power.ufscar.br

Maria Angélica Dupas

srefer@power.ufscar.br

Departamento de Ação Cultural da BCo

Universidade Federal de São Carlos

Rodovia Washington Luís, km 235

Caixa Postal 676

13565-905 - São Carlos - SP

Brasil

Resumo: À partir do pressuposto de que o texto literário tem autonomia de significação pois cria regras próprias de comunicação entre autor e leitor, são analisadas as atividades de incentivo à leitura desenvolvidas pela Biblioteca Comunitária da UFSCar (BCo), junto à comunidade externa de 1º e 2º graus, considerando as diversas modalidades recomendadas na literatura da área, com ênfase na mediação de leitura. A BCo desenvolve vários programas importantes como “Arte na Biblioteca”, “Formação de Contadores de História”, “Uso da Imagem na Sala de Aula”, “Semana do Livro e da Biblioteca”, entre outros, que são regularmente oferecidos sob a forma de cursos e atividades culturais, em parceria com entidades e instituições ligadas a educação e cultura na região e no estado. Destacando a importância da leitura em todos seus programas, propõem explorar o livro e a literatura infanto-juvenil em todos os seus aspectos (forma de narrativa, conteúdo, ilustração, papel, formato), respeitando-se a relação entre texto e imagem. Para isso, a BCo tem utilizado as técnicas de contadores de história e de mediadores de leitura. Através da história contada, em suas diversas modalidades, desde a encenação teatral até o uso de pequenos recursos visuais, como indumentária de personagens e objetos referentes ao tema, a literatura tem sido oferecida como atividade lúdica. Já através da mediação de leitura, procura-se introduzir o livro como rotina no incentivo ao hábito de ler, permitindo ao jovem leitor, amplo acesso ao material impresso, como forma de realização da leitura global, fiel ao texto em toda a sua originalidade e aspectos físicos da obra, com o objetivo de “abrir janelas” e permitir que cada criança seja atraída pelo detalhe de narrativa ou ilustração que a encante na sua própria descoberta.


1 Introdução

Procurando ampliar as oportunidades culturais através do acesso à obras de qualidade, a literatura infantil será abordada, em nossa análise, como informação estética, sem intenções pedagógicas. O livro, apreciado na sua totalidade, deve ser visto como um produto, competindo no mercado e tendo necessidade de se ajustar aos interesses de um público cada vez mais exigente.

Cunha, citado por MARTUCCI (1999, p.3), explicita que:

    “na medida em que tivermos diante de nós uma obra de arte, realizada através de palavras, ela se caracterizará pela abertura, pela possibilidade de vários níveis de leitura, pelo grau de atenção e consciência a que nos obriga, pelo fato de ser única, imprevisível, original, enfim, seja no conteúdo, seja na forma. Essa obra, marcada pela conotação e pela plurissignificação, não poderá ser pedagógica, no sentido de encaminhar o leitor para um único ponto, uma única interpretação”.

Tanto a literatura infantil estrangeira como a nacional, constituem objeto de estudo no processo de formação e utilização do acervo. Obras como a de Nelly COELHO (1995), contribuem para o conhecimento da divisão histórico-literária da literatura infantil brasileira, em seus vários períodos, tendo em Monteiro Lobato um marco divisor de épocas:

“- precursora: período pré-lobatiano (1808-1919)

- moderna: período lobatiano (anos 20/70)

- pós-moderna: período pós’-lobatiano (anos 70/...)”

Relata ainda, (ibid, p. 57) que “foi em pleno período de confronto entre o tradicional (formas já desgastadas do Romantismo/Realismo) e o moderno(representado pelo Modernismo de 22) que Monteiro Lobato inicia a invenção literária que cria o verdadeiro espaço da literatura infantil no Brasil”.

Segundo ZILBERMAN (1994), a literatura infantil até Lobato não apresentava uma temática nacional, reproduzindo os padrões vindos da Europa. Ele consegue romper esse círculo, aproveitando nossas tradições folclóricas e seu êxito se deve aos seguintes fatores:

- personagens que se repetem em todas as narrativas;

- emprego de crianças como heróis, promovendo imediata identificação com o leitor;

- ausência de autoritarismo e de imagens adultas repressoras;

- a opinião das crianças personagens é respeitada;

- a curiosidade e a criatividade são estimuladas.

2 Nossa História

Desde agosto de 1995, quando a Biblioteca Comunitária da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar foi inaugurada, alguns programas e projetos de atividades culturais, visando atender principalmente o público de 1º e 2º graus, começaram a ser implementados com o objetivo primordial de promover o uso do livro e da Biblioteca, de forma agradável, atraente e eficiente. Até então, nossa Biblioteca era uma típica biblioteca universitária, atendendo as necessidades de ensino e pesquisa como tantas outras.

3 Os Novos Programas

Algumas iniciativas, como o Arte na Biblioteca, acabaram se transformando em Laboratório para as atividades de incentivo à leitura, onde começamos a trabalhar com as técnicas de contar histórias. A aceitação e resultados foram surpreendentes pois não só o público infantil começou a ser beneficiado, como professoras da rede municipal e estadual, alunos dos cursos de graduação em Letras, Psicologia, Terapia Ocupacional, Pedagogia e Biblioteconomia, da própria Universidade, que interessados nesse envolvimento prático, foram nos alertando para essa demanda reprimida e necessidade de outros programas de extensão, e nos impelindo a extrapolar nossos limites geográficos. Acabamos saindo da sala de leitura infantil da BCo e nos aventuramos em outros universos: as praças, as escolas, os postos de saúde, atendendo à comunidade externa da cidade e região, atingindo um contingente heterogêneo, um novo público, usuários em potencial dos demais serviços tradicionalmente oferecidos.

Nessas atividades de leitura nos coube o melhor pedaço: a leitura pelo prazer. Sem cobrança pelo conteúdo pedagógico ou informativo do texto. Sem impor barreiras ao manuseio do livro como objeto lúdico. Tentamos retomar a “história em meiguice” descrita por Malba TAHAN (1957), atraindo a criança para o contato com o livro e a leitura, sentando junto, acompanhando as reações, estabelecendo laços de intimidade, que muitas vezes duram pouco, mas são intensos.

Acompanhamos a polêmica na literatura da área sobre as vantagens e desvantagens entre as histórias lidas e as contadas e não tivemos dúvida: ficamos com as duas!

4 O Contar Histórias

4.1 A importância ontem, hoje e sempre

O texto literário, como obra de arte, exerce grande influência no desenvolvimento da humanidade, pois tratando da universalidade dos conflitos e sentimentos inerentes ao crescimento pessoal e compreensão do mundo, desempenha um papel libertador e transformador. Ouvindo histórias, crianças e adultos podem apresentar reações que manifestam seus interesses revelados ou inconscientes e conseguem vislumbrar nas narrativas, soluções que amenizam tensões e ansiedades.

Segundo depoimento de Otília Chaves, colhido por Malba TAHAN (1957, p.124) o uso das parábolas pelo Mestre Jesus, “e o fato de encontrarmos o registro de seus ensinos tão comumente em forma de histórias, se não prova que este foi o método que ele mais usou, parece-nos provar ao menos, que foi este o método que mais impressionou os que o seguiam”.

Assim, além de acreditar no poder da história e na magia e atração que exerce o contador sobre seus ouvintes, muitos estudos relatam sua importância no desenvolvimento infantil, por ser recreativa, educativa, instrutiva, afetiva (alargando horizontes, estimulando a criatividade, criando hábitos, despertando emoções, valorizando sentimentos) e física (ajudando na recuperação de crianças enfermas e hospitalizadas). Estimula também a socialização, desenvolve a atenção e a disciplina.

4.2 O público alvo

“Ler histórias para crianças, sempre, sempre...”(ABRAMOVICH, 1994, p.17)

As impressões e lembranças da infância sempre nos acompanham: a história antes de dormir, as férias na casa da avó que contava “causos”, a leitura gostosa e descontraída à sombra de um árvore.

Histórias sem texto escrito, para bebes; narrativas curtas para crianças pequenas, com bichinhos, objetos do cotidiano para adequar aos interesses, como diz Betty COELHO (1989). Histórias de repetição e movimento para crianças da fase mágica (3 a 6 anos); de encantamento, de fadas, de aventuras para crianças na idade escolar; de ação e amor para meninos e meninas na pré-adolescência e as engajadas com o universo, com os problemas sociais, para adolescentes que sonham em mudar o mundo.

Adultos também se interessam por histórias. Se adulto não gostasse de histórias as novelas não teriam tanto sucesso... . Antes do início de uma reunião de pais, porque não contar uma história que aborde um problema a ser solucionado?

Quantas oportunidades de leitura não são aproveitadas, pelo simples fato do hábito de ler para os outros, em voz alta, não fazer parte de nossos hábitos.

4.3 Como contar histórias?

As técnicas de contar histórias se mesclam com as qualidades necessárias ao contador ou narrador. Podemos citar, apenas enumerando, as que mais se destacam:

- verificar o local, horário e as acomodações;

- conhecer o público a que se destina e ter o dom de encantar e dominar o auditório;

- conhecer o enredo com absoluta segurança;

- narrar com naturalidade, sem afetação, com voz clara e expressão viva;

- enfatizar os pontos emocionantes da história através das variações de tonalidades de voz e pausas oportunas;

- sentir/viver a história, emocionando-se com a própria narrativa;

- não romper o fluxo da narrativa com conselhos e explicações;

- não perder o fio da meada quando estiver fazendo uso do livro ou outro elemento ilustrativo;

- tirar partido de pequenos incidentes, sem interromper a história;

- evitar tiques e cacoetes;

- tratar o ouvinte com simpatia e camaradagem, sem adotar um ouvinte predileto;

- não demonstrar irritação com a presença de ouvintes desinteressados ou irrequietos;

- chegar aos desfecho sem apontar a moral ou aplicar lições;

- estar aberto para comentários após a narrativa.

Contar histórias é saber criar um ambiente de encantamento, suspense, surpresa e emoção, onde enredo e personagens ganham vida, transformando tanto narrador como ouvinte. Deve impregnar todos os sentidos, tocando o coração e enriquecendo a leitura do mundo na trajetória de cada um.

E, como conclui CHIAVINI (1994, p. 473):

    “Como é fácil lidar com os pequenos... Eles aceitam incondicionalmente as ofertas sinceras, deixam-se cativar sem medo por tudo aquilo de que possam auferir prazer, e nos contagiam com o gosto com o qual se envolvem nas tarefas propostas. E são reconhecidos”

4.4 Onde a história deve ser contada?

Como a literatura infantil é muito associada à missão pedagógica do livro e da leitura, o primeiro lugar que nos ocorre para que a narração se realize é a escola. E, indiscutivelmente, é o lugar onde ela mais encontra aplicabilidade.

No entanto, temos acompanhado com alegria, a freqüência e diversidade de locais em que a história contada ou lida tem estado presente. Nos hospitais, como lenitivo para as crianças enfermas, nos postos de saúde (como o Projeto: se Maomé não vai à montanha... que a BCo tem desenvolvido), nas Bibliotecas, nas praças, em casa, em eventos especiais e muitos outros.

Independentemente do local, os ouvintes devem estar bem acomodados, em círculo ou colunas, sentados no chão, em tapetes ou almofadas, livres de outros barulhos, em ambiente com conforto térmico, em horário adequado e outros cuidados desse tipo. Contar histórias para crianças cansadas, com fome, com vontade de ir ao banheiro não é nada gratificante!

4.5 Quanto tempo deve durar?

A duração da narrativa também deve ser adequada: 5 a 10 minutos para as crianças menores, 15 a 20 minutos para as maiores. A repetição da mesma história, se solicitada, deve ser sempre atendida. Outra história não deve ser iniciada sem intervalo. Uma conversa preparatória, motivando para a nova vivência é muito desejável.

5 A Mediação de Leitura

É comum o contador de histórias se sentir inibido ou despreparado, por não possuir todas as aptidões ideais para narrar satisfatoriamente uma fábula, história ou poesia.

A mediação de leitura, outra modalidade de incentivo ao hábito de ler utilizada na BCo, transforma a atividade de leitura em rotina, sem exigir do mediador grandes habilidades artísticas. Qualquer pessoa que saiba ler adequadamente e que goste de trabalhar com literatura e pessoas (crianças e adultos), pode e deve participar dessa experiência.

5.1 O Projeto Biblioteca Viva

Em 1999, a Fundação ABRINQ pelos Direitos da Criança aprovou projeto encaminhado pela BCo e além do acervo da Biblioteca Viva, recebemos treinamento para mediação de leitura, com o compromisso de nos tornarmos agentes multiplicadores e de levarmos o livro a lugares onde ele não chega, utilizando as técnicas de mediação, retratadas no texto a seguir:

    “Podemos fazer outras coisas com as histórias, mas temos que saber que estas outras atividades não são ‘momento de leitura’. (destaque nosso) Quando dramatizamos uma história com marionetes ou dobraduras, estamos mobilizando nas crianças outro prazer que não é o de leitura. Estamos estimulando outras áreas do seu desenvolvimento e realizando atividades de teatro, artes plásticas ou semelhantes. Se desejamos, verdadeiramente, atuar para a introdução dos livros e das narrativas e despertar o desejo pela apropriação da leitura nas crianças, temos que enfatizar os momentos cotidianos de troca em torno dos livros e da mediação destes, sem utilizar acessórios e atividades. Quando possibilitamos um momento de livre exploração dos livros - olhar, folhear, ler, reler, passear ou ficar na ‘sua’- nos colocamos a disposição das crianças para acompanhá-las ou contar as histórias, podemos observar uma série de aspectos como, por exemplo, que as crianças são capazes de compreender, pensar e criar muito além do que imaginamos”. (p.2)

Através da mediação de leitura a grandiosidade do texto é preservada. A tendência de simplificação das palavras difíceis a fim de facilitar a compreensão, que ocorre no texto narrado, não acontece quando ele é lido na íntegra.

Outro aspecto importante nessa atividade de leitura é a coleta de dados de cada experiência de mediação. Em formulário próprio são anotadas as obras solicitadas pelas crianças, as principais reações observadas e os progressos individuais no comportamento social, no desenvolvimento do vocabulário e no envolvimento com os livros. Graças a esta documentação, temos reunido uma série de relatos de adultos e crianças que contribuem para as discussões da equipe de mediadores, na troca de experiências e planejamento de atividades futuras.

    “A rede afetiva que se estabelece entre todos, através dos livros, abre um espaço no qual cada criança pode expressar-se, ouvir e contar histórias ou ainda ficar em silêncio, sem a necessidade de produzir conhecimentos específicos. Nessa situação as crianças, cada uma de sua maneira, está produzindo conhecimentos, mas não os necessariamente pré-determinados pelo adulto. Ou seja, ela está aumentando seu repertório cultural, seu imaginário, sua linguagem; está tendo possibilidade de escolha de livros e de parceiros para a sua leitura e, além disso, pode conhecer outras visões de mundo e estabelecer relações com sua realidade” (ABRINQ, 1999, p.6).

6 Finalizando

Destacamos os Programas “Arte na Biblioteca”, “Projeto Biblioteca Viva e mediação de leitura”, do qual faz parte o projeto de treinamento desenvolvido no Posto de Saúde da Vila São José, em São Carlos, denominado “Se Maomé não vai à montanha”, por terem freqüência regular e atenderem um público diversificado e numeroso. Os demais, não menos importantes, como “Formação de Contadores de História”, “Uso da Imagem na Sala de Aula”, “Semana do Livro e da Biblioteca”, acontecem em intervalos de tempo maior.

Todas as atividades culturais desenvolvidas nesses quase cinco anos, que distinguem a Biblioteca Comunitária e entusiasmam colaboradores e parceiros, estão imbuídas da crença de que é impossível gostar das coisas que desconhecemos. E não queremos que o livro continue sendo um ilustre desconhecido, principalmente da comunidade carente.

7 Referências Bibliográficas

ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 4.ed. São Paulo : Scipione, 1994.

ABRINQ. Projeto Biblioteca Viva: a mediação de leitura e as crianças. São Paulo, 1999.

CHIAVINI, V.L.M. Contar histórias é fazer arte. São Carlos : UFSCar, 1994. Dissertação (Mestrado em Educação) - Centro de Ciências Humanas. Universidade Federal de São Carlos.

COELHO, B. Contar histórias; uma arte sem idade. 2.ed. São Paulo : Ática, 1989.

COELHO, N.N. Dicionário crítico da literatura infantil e juvenil brasileira: séculos XIX e XX. São Paulo : EDUSP, 1995.

MARTUCCI, E.M. Aprendendo a contar histórias. In: _______. Formação de contadores de histórias. São Carlos : UFSCar, 1999. (Apostila)

TAHAN, Malba. A arte de ler e de contar histórias. Rio de Janeiro : Conquista, 1957.

ZILBERMAN, R. A literatura infantil na escola. 8.ed. São Paulo : Global, 1994.



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http://snbu.bvs.br/snbu2000/docs/pt/doc/poster019.doc

Dinâmicas

Os posts que seguem são sugestões de dinâmicas que estimulam as competências básicas

Dinâmica do cego

Categorias:

- Confiança
- Questões de Minorias
- Respeito e Valores Pessoais
Objetivos:
Demonstrar o quanto dependemos uns dos outros e o quanto podemos contribuir para crescimento de cada um.
Quantidade de Participantes:
até 20 participantes
Material:
Não necessita material
Desenrolar
Pode-se começar formando duplas. Um dos componentes da dupla fecha os olhos e passa a andar guiado pelo outro durante dois minutos.

Não é permitido abrir os olhos e nem tocar no companheiro, tão somente o som da voz do outro o guiará.

Logo em seguida, trocam-se os papéis e o que antes era o guia, passa ser o guiado.

Depois de terminada esta dinâmica, todos se reúnem para um momento de compartilhar, onde são respondidas várias perguntas:

O que você sentiu durante o tempo em que estava sendo guiado pelo outro?

Aconteceu de sentir-se tentado a abrir os olhos?

Teve total confiança em seu líder?

Pensou em se vingar do outro quando chegasse sua vez de ser o guia?

Sentiu-se tentado a fazer alguma brincadeira com o "ceguinho"?

Procure esclarecer juntamente com o grupo a definição dos termos "coração compassivo, longanimidade, humildade", etc.

Faça perguntas do tipo: "O que falta em você para que as pessoas confiem mais no seu auxílio?" e "Qual a maior ajuda que você pode prestar neste momento de sua vida para as pessoas e para o grupo?".

Conclusão:

Precisamos, sem dúvida alguma, uns dos outros. Para que a mutualidade possa ocorrer de forma dinâmica e eficaz, é preciso desenvolver características de caráter que nos capacitem a desempenhar nosso papel fraterno.


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Dinâmica A Copa do Mundo

Categorias:

- Comunicação
- Cooperação
Objetivos:
Desenvolver e/ou permitir a detecção das capacidades de: comunicação e expressão, análise e síntese, senso de realidade e trabalho em equipe.
Quantidade de Participantes:
de 10 a 20 participantes
Material:
Cópia do texto para cada equipe.
Desenrolar
O facilitador divide o grupo em equipes, dando 10 minutos para discussão do texto A Copa do Mundo.
Abre-se a discussão informando ao grupo que devem chegar a um consenso sobre a situação.

Comentários:

O facilitador poderá intervir durante a discussão questionando colocações (a fim de averiguar qual a linha de pensamento utilizada pelo participante) ou mesmo perguntando a um participante menos ativo qual a posição dele sobre o que um determinado colega acabou de falar. Esta estratégia é essencial principalmente em grupos com um grande número de pessoas.

Em muitas organizações o processo decisório é algo que envolve não só escutar o outro, mas, principalmente, identificar os prós e os contras de cada situação para, somente depois, tomar uma posição baseada em argumentos coerentes e nas opiniões dos membros da equipe.

A COPA DO MUNDO

A Copa do Mundo é um dos eventos mais esperados pelos apaixonados por futebol no mundo todo. Apesar de ainda faltar alguns anos, a Seleção Brasileira já está se preparando para mais esse grande espetáculo do esporte.

A Telez foi convidada para ser um dos fornecedores de tecnologia para viabilizar a execução de um dos maiores eventos de interação via Internet já ocorridos no País - um chat com o Técnico da Seleção e a Equipe de Jogadores antes da entrada no campo, durante os intervalos e após o jogo.
A participação nesse evento propiciará uma visibilidade internacional para sua empresa, além de um faturamento comparável a 20% de sua receita do ano passado. Não há dúvidas de que estrategicamente e financeiramente é muito importante ser escolhido como fornecedor desse evento.

Os dilemas:

A Telez é uma empresa de transmissão de dados e voz via cabo. Sua rede vem sendo modernizada nos últimos 4 anos, mas ainda existem áreas nos grandes centros cuja qualidade da operação está limitada em função da antiguidade da rede.
No evento da Copa está previsto o volume de 6 milhões de pessoas utilizando o acesso discado para participar do chat a cada jogo. Em algumas regiões importantes, como por exemplo, o interior de São Paulo, a rede de cabos ainda não foi restaurada para assegurar qualidade de serviço no volume de acessos que está sendo esperado.
A Equipe de Planejamento de Rede realizou estudos e já indicou que, em 40% das regiões onde o volume de acesso deve ser alto, a qualidade da rede não será capaz de suportar e viabilizar o serviço de qualidade.

Alternativas:

1. Aceitar o convite e fornecer o serviço de acesso via internet ao chat com a equipe da seleção, sabendo que, nesta alternativa, existe o risco de comprometer a imagem da Telez em algumas regiões onde o serviço pode ser interrompido.
2. Declinar ao convite, assumindo o prejuízo à imagem e à lucratividade, se ocorrerem problemas no serviço.

Observações:

Você não tem orçamento para restaurar a rede nessas áreas. Qualquer utilização de verba extra para esse projeto implicará em não atendimento do cronograma de manutenção preventiva e corretiva em outras áreas com grande concentração de usuários e com longo tempo de espera.
A Telez passa por um momento financeiro de queda de lucratividade em função da perda de faturamento, especialmente após a entrada de um novo concorrente.


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Dinâmica (a)colágens (b)troca de idéias

Categorias:
- Comunicação
- Criatividade
Objetivos:
Comunicar uma mensagem de maneira criativa, usando instrumentos simples e material impresso disponível (revistas, jornais, etc).
Quantidade de Participantes:
Não há limites
Material:
Papelógrafo para todos os grupos, revistas, jornais, tesoura, cola, pincel atômico.
Desenrolar
Divide-se o grupo em equipes de 5 a 8 pessoas.

O facilitador da dinâmica explica em que consiste a colagem: é um cartaz feito por diversas pessoas, com recortes, fotos, ou outros, para comunicar o que pensam estas pessoas sobre determinado tema. (O coordenador pode relembrar o tema que está sendo discutido).

As equipes, de 5 a 8 pessoas discutem o tema. Buscam fotos, recortes, letras de jornais e outros para expressar o que discutiram. Colam tudo num papelógrafo. As diferentes colagens são apresentadas em plenária e discute-se o que cada colagem quis dizer.

As pessoas que fizeram a colagem podem complementar as interpretações, se for preciso.



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Dinâmica da mão

Categorias:
- Assertividade
- Comunicação
- Criatividade
- Negociação e gestão de conflitos
Objetivos:
Desenvolver a comunicação, o saber ouvir, o poder de persuasão, a negociação, a argumentação, a criatividade, a ação sob pressão e a assertividade.
Quantidade de Participantes:
de 10 a 20 participantes
Material:
Não necessita material
Desenrolar
O facilitador solicita que os participantes formem duplas e fiquem frente à frente, em pé. Uma idéia para a separação em duplas é utilizar-se de cartas de baralho comum, jogo da memória, ou semelhante, para separação aleatória das duplas.

A dinâmica dá-se da seguinte forma: um integrante da dupla fecha as mãos. O outro deve, sem nenhum toque físico, persuadir o colega a abrir as mãos.

Pode ser dito o que quiser, qualquer argumentação é válida. Cabe à pessoa que está com as mãos fechadas decidir quando e se deve abri-las. Trata-se de um diálogo não monólogo, assim sendo o facilitador deve deixar claro que ambos, na dupla, devem interagir.

O tempo sugerido para este momento é de 2 minutos porém ficará a critério do facilitador. Se alguma dupla cumprir o objetivo de abrir as mãos antes deste prazo aguardar as demais duplas.

Considerações:

O fato do participante conseguir fazer com que o colega abra as mãos não significa que este profissional terá mais "pontos" ou sua performance será "melhor avaliada" do que aqueles que não conseguiram. O que se quer observar neste exercício é a forma como cada um se comunica e argumenta e não se conseguiram ou não convercer o colega.

"Utilizo essa dinâmica para mostrar a importância da persuasão e avaliar a comunicação, além reforçar a importância das perguntas fechadas e abertas para sondagem em televendas. No feedback, mostro que é mais fácil identificar o motivo que levará a abertura das mãos através de perguntas gerais (família, trabalho, bens materiais, etc.) e a partir de então fazer perguntas específicas (filhos, promoção, carro, casa, etc.)."
Postado em 02/02/2009 por CARLOS RICARDO DOS SANTOS - Profissional de RH "Trabalho bastante com essa dinâmica nas minhas palestras motivacionais, e uma abordagem que uso e que faz sucesso, é sobre a palavra mágica para abrir a mão das pessoas, hoje esquecida no dia-a-dia coporativo. A palavra é " por favor" abra a sua mão para juntos caminharmos em direção a realização dos nossos objetivos. Convidar as pessoas a usar as palavras mágicas - por favor e obrigado - faz com que melhore os relacionamentos e clima interno nas organizações."
Postado em 26/09/2008 por JEFFERSON MARCO ANTONIO LEONARDO - Profissional de RH



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